Kosei No Senshi - Capítulo 03
Algumas semanas se seguiram após meu encontro com Mavis e Cedric naquela floresta e desde aquele dia, os dois iam comigo em todos os vilarejos próximos ao local onde fui encontrado, ambos esperavam encontrar alguma pista sobre quem me deixou naquela floresta. Todas as tentativas deles foram em vão, pois não havia nenhuma pessoa que soubesse algo sobre mim, era quase como se eu tivesse aparecido do nada naquela floresta.
Então eles fizeram o que eu já esperava que fosse feito. Me adotaram.
Cedric em primeiro momento pensou em me deixar em algum orfanato, mas Mavis disse que não iria me deixar ser criado em lugares como aqueles. Aparentemente, ela foi criada em um orfanato devido a morte de seus pais quando tinha 3 anos e não teve uma vida muito feliz durante os 10 anos em que passou lá. Cedric relutou com Mavis sobre essa decisão durante alguns dias, mas no fim acabou aceitando a decisão dela.
“Ei, garotão. Nós somos seus pais agora” Cedric falou isso me levantando com seus braços enquanto estávamos a beira de um rio raso em que paramos para comer. Mavis preparava nossa comida e o cheiro do peixe frito estava muito bom. Cedric me levou até a água do rio para me lavar, após eu começar ter me sujado de baba. Eu odeio ser um bebê. Quando chegamos até o rio, pela primeira vez nessa nova vida, pude ver claramente meu rosto. Cabelo branco, nariz levemente empinado, olhos azuis marinho. Pude perceber que eu tinha um rosto, como posso dizer, um tanto fofinho
‘É normal crianças terem cabelos brancos nesse mundo? E também pensei que com rosto e corpo magro, mas vejo que me enganei’ pensei isso enquanto olhava para meu reflexo na água.
“Querido, venha e traga o pequeno Aster. A comida está pronta”
Já ia me esquecendo de mencionar. Nesse novo mundo, meu nome é Aster Riverwall.
Mavis disse para Cedric que esse nome era algo similar a estrelas ou algo assim.
Aliás, eu deveria começar a pensar nesses dois como meus pais e não chamá-los mais por seus nomes.
A comida dos dois era um peixe frito que tinha um cheiro delicioso, enquanto a minha, era apenas uma sopa com alguns vegetais cortados em pedaços extremamente pequenos e que minha mãe fazia questão de me fazer engolir cada gota e cada pedacinho de vegetal naquela tigela.
Olhei para o peixe no prato de meu pai, que parecia mesmo muito saboroso. Ainda preciso me acostumar a chamá-los dessa forma.
“Nada disso, mocinho. Você ainda não tem idade para comer isso” ela disse dando um sorrisinho para mim.
Não posso nem comer carne até que meus dentes cresçam, o que possivelmente levará anos para começarem a nascer.
Eu odeio ser um bebê.
Após o meu almoço de sopa vegetariana, descansamos por cerca de 40 minutos e seguimos viagem.
Cedric e Mavis estavam voltando para casa e parece que houve algum tipo de problema com na estrada e por isso tiveram que adentrar a floresta e foi justamente no meio do caminho de volta para casa que eles me encontraram.
Chegamos em casa quando já estava anoitecendo.
A casa ficava em um bosque não muito longe de uma cidade, mas os dois gostavam da paz de viver juntamente da natureza ao invés da agitação que cidades tinham. Era feita com tijolos, com uma chaminé e sem muitos adornos ou decorações para quem a via de fora.
No interior da casa era bem modesto, haviam poucos objetos de decoração dentro.
A casa tinha todos os cômodos necessários. Cozinha, sala de estar, quartos, banheiro e como adicional tinha uma pequena casinha usada como depósito aos fundos da casa.
Quando os dois terminaram de organizar tudo que haviam levado em sua viagem, meu pai me apanhou no colo.
“Hora de conhecer sua nova casa, garotão. Vamos começar mostrando onde você vai dormir e então depois vai conhecer o resto da nossa casa.”
Quando cheguei em meu futuro quarto, pensei que meus pais já planejavam ter filhos. Acho que só não esperavam encontrar um bebê no meio da floresta e fazer deste, seu próprio filho.
Mais sobre meu tour pela minha nova casa.
Meu pai deixou sua espada de prata ao lado da cama do seu quarto, além da espada, também vi um arco e escudo que estava dentro de um baú aberto encostado no canto da parede.
Ele era um cavaleiro, eu tenho certeza.
Quando ele me levou de volta ao até o cômodo que eu julguei ser a sala de estar, mamãe conjurou uma pequena magia de fogo na palma das mãos e a usou para acender a lareira e olhou para mim e começou a sorrir para nós dois.
Ela conjurou magia sem dizer uma única palavra.
Nos livros em que li sobre mundos mágicos na minha vida anterior, magos sempre conjuravam suas magias recitando seus feitiços. Isso quer dizer que minha mãe era uma maga poderosa? Provavelmente sim.
Essa chance de viver uma nova vida em um mundo como esse, me fez ficar animado com esse novo mundo de descobertas e coisas que eu nem consigo imaginar.